Você começou a
Ok. Até agora você só sonhou com todo esse climinha de apaixonados para sempre.
Até que você começa a perceber que ele evita o assunto "conhecer minha/sua casa". Não te convida pra ir à dele, nem se oferece para visitar a sua. Mas já é
What's up, guy?! Eis que você começa a pôr sua criatividade em ação. Será que ele mentiu sobre o bairro onde mora? Será que ele realmente mora sozinho ou tem pai, mãe, 3 irmãos, avó, gato, cachorro, calopsita - porque papagaio tá fora de moda - tudo junto?
Só resta uma opção: a casa dele é um lixo. De mal cuidada mesmo. Com roupas espalhadas no quarto, caixas de pizza na mesa de centro - pô, tem mesa de centro!? isso que é imaginação! -, sapatos na cozinha, garrafas de refrigerante vazias na geladeira e nem se fala naquela montanha de roupas tentando chegar sozinha à máquina de lavar.
Então, você dá um jeito de entrar no cafofo do sujeito - repare que a essa altura, ele não é bem aquele "benzinho" que habita uma "residência". Você passou três noites em claro, arquitetando o flagrante e pensando minusciosamente em cada fala mansinha e carinhosa que lançaria mão para convencer o cabra - algo te dizia que um linguajar nordestino reforçaria sua raiva - a te permitir desvendar o mistério da casa mal-
Plano em ação: você o busca no trabalho para fazerem um lanche - fofo isso! tô com pena dele... -, sabendo que ele não costuma ir para o trabalho de carro, assim ele não terá outra escolha senão depender da sua carona. Lancham, namoram, muitos beijinhos, olhos nos olhos (você repensa no plano, tenta arrumar coragem para continuar) e sugere encerrar a noite, já que ambos têm trabalho cedo no dia seguinte. Aí, seu lance de mestre: oferece - sem direito de resposta - uma carona para levá-lo em casa. A essa altura, ele nem pestanejou. A noite de vocês foi uma gracinha e não faria sentido se despedirem e ele pegar um táxi para casa.
Mas, ele não esperava pelo golpe final. Antes que ele oferecesse mais 10 minutinhos juntos, no aconchego do sofá da sala dele, você, parando o carro para desembarcá-lo na portaria do prédio dele, manifesta uma súbita e inadiável vontade de ir ao banheiro. Claro que ele sequer perguntou duas vezes. Fez uma cara de espanto, mas como quem tem que enfim enfrentar um inimigo, esmoreceu e convidou você para usar o banheiro da casa dele.
Saia dessa agora! Se você julgou o restante da casa um chiqueiro, imagina o banheiro! Meodeos, O BANHEIRO!!! Não há nada mais temível para uma mulher - deveria ser para qualquer ser humano, mas fazer o quê se nem todo mundo é um ser razoável e de bom senso? - que um banheiro molhado, mal-cuidado, sujo, cheirando mal, com toalha molhada e descarga quebrada.
Ele abre a porta cuidadosamente, faz um suspense antes de te chamar no corredor, te coloca para dentro antes de acender a luz e... você não vai se perdoar: a casa está um brinco, com cara de solteiro, mas super limpa e organizada.
No banheiro, você pensa "tão cuidadoso assim, será que ele é g--?"
Bjo, Estrô =)