quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Você tem medo de chifre?



Para começar, chifre é diferente de traição. Mais para frente, eu explico.

Minha queria Progê não concorda, eu sei. Nem é minha intenção convencer ninguém. Meus ex-namorados nunca entenderam, provavelmente porque eram muito mais possessivos que eu. Sim, possessivos. Porque é o sentimento de posse que faz isso com a gente. Ficamos achando (ou temos a certeza de) que a outra pessoa é propriedade nossa. MEU namorado. Ok, seria um saco ficar falando “a pessoa com a qual namoro”, mas poxa, levar ao pé da letra o danado do pronome POSSESSIVO deve ser uma das origens desse sentimento.

Sou ciumenta. Muito. Com tudo e todos. Fico chateada até se uma amiga conta um segredinho (está lendo isso, Progê?? rs) para outra antes de contar para mim. Graças a meodeos, minha memória é tão péssima que não sei guardar rancor de nada. Sobra no máximo uma magoazinha que será esquecida em 2 ou 3 meses.

Mas sei diferenciar ciúmes de desconfiança. Eu sinto ciúmes da companhia, da importância que tenho para quem está comigo. Sabe quando você quer sempre ser o primeiro pensamento do dia DELE e descobre que hoje foi o terceiro? É, isso mesmo, ciúmes bobo. Coisa até infantil. Se minha mãe compra um brinco para minha irmã e não traz nada para mim, faço bico. Imagina com namorado. Só que não passa dessa bobeira de querer ser importante para alguém.

Agora, medo de ser traída? Não tenho. Claro que se eu ficar sabendo, talvez não perdoe e termine, mas não fico neurótica, vasculhando pertences, querendo saber quem é a loira gostosa que acaba de cumprimentar meu gatchenho.

Para mim, o que importa mesmo é a LEALDADE. É a pessoa confiar seus sonhos, seus segredos, desabafos, dúvidas, escolhas e decisões a mim. É não usar o dinheiro que tínhamos juntado para dar a entrada no apê e acabar comprando o carro que ele tanto queria. Nunca passei por isso, aliás essa de casal juntar dinheiro é bom tema para outro post.

O que é fidelidade? Ser fiel é sinônimo de ser leal, só que a lealdade é mais abrangente. Tem a ver com princípios, como coerência, com o modo de pensar, agir e ferir o outro. A lealdade não tem espaço para a inconsequência. Se você FOI infiel, automaticamente foi inconsequente (claro, se o deslize não passou de uma escapadinha). Mas ser desleal é SER, está inerente a sua personalidade. Eu posso ser fiel em um relacionamento e no outro não ser. No entanto, não dá para ser leal com fulano e desleal com sicrano. A menos que eu seja uma pessoa volúvel e sem escrúpulos.

Trair não tem a ver com fidelidade, e sim com lealdade. É trair a confiança. Um homem me trai, não quando dá uns amassos em uma baranga mulher, mas quando me diz que vai fazer uma coisa e, de caso pensado, faz outra, não necessariamente envolvendo uma figura feminina.

Não estou dizendo que aceito e defendo chifre. Apenas não dou tanta importância a ele. Se eu ficar sabendo, claro que tomarei minhas providências, mas não busco por ele.

Meus dois (não ria da minha looooonga lista) ex-namorados já traíram suas namoradas comigo. Sinceramente? Não perguntei a nenhum dos dois se eles me chifraram quando namorávamos. E nem quero saber. Vai mudar alguma coisa do que vivemos? Vai mudar o que penso deles? Não. Só o fato de eles terem traído as atuais já mudou muuuuito do que eu admirava nos dois. Eu também já traí. Por nada. Não me faltava nada no relacionamento. Eu inclusive amava a pessoa (tá, você está pensando: se ela só teve dois namorados e já traiu, quem foi o corno? Eu respondo, não é difícil mesmo de adivinhar, né: o primeiro), mas rolou uma história antiga, antes mesmo de ele existir na minha vida. Traí. Não me orgulho. Mas não me martirizo. Fiz e hoje não tenho vontade de fazer de novo. Não me senti bem, porque foi sem propósito. Logo em seguida, terminei, fiquei com o pivô da traição por uns meses, mas enjoei.

Eu fui infiel, mas fui leal. Quando eu vi que o que eu tinha feito havia atrapalhado o que existia com a outra pessoa, achei por bem cada um ir para um lado. Um ps.: não terminei com o namô para ficar com o “partícipe da traição”, aí já é palhaçada, sei lá... Lógico que eu não iria contar sobre o chifre, mas a minha lealdade consistiu em respeitar a quebra de confiança que eu provoquei nele. Se fosse ao contrário, eu não confiaria. Para mim, também tem que valer.

É meio que “se quiser chifrar, faça direito para eu não descobrir”. Não espero que o sexo oposto tenha a mesma hombridade que tive. E que não foi por peninha dele, deixo claro. Foi simplesmente porque eu não conseguia conviver com aquele sentimento de trair a confiança. Espero lealdade. Me traiu? Perdeu o interesse por mim? Está insatisfeito? Termina comigo. Também não vai ficar chifrando uma pessoa super legal como se fosse um esporte.

Taí, começo a pensar que eu até perdoaria o chifre, já usar o dinheiro do apê para outro fim sem minha consulta, disso eu não arredo o pé. Aliás, arredo: diretamente para a bunda do sem noção.

Estrô ^^

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Quanto vale ou é por quilo?


Cada um sabe seu valor, certo?

Nem sempre.

Pode ser que você se deprecie, pode ser que outros o façam... (e você deixa, o que é pior), pode ser também que você se considere a última bolacha recheada do pacote, sem ser!

Pode ser um monte de coisa, como tudo na vida.

Mas pode ser também que você simplesmente SAIBA do valor que tem. Reconheça o potencial que tem, saiba a pessoa que é, com defeitos e qualidades, e se ame bem assim, como tem que ser. Ter a auto-estima saudável não é o mesmo que “se achar”. Aliás, bata palmas pra si mesma se você tem a auto-estima saudável, porque são tantas as cobranças pra ser a mais linda, a mais magra, a mais sarada, a mais inteligente, a mais bem-sucedida, com o marido mais perfeito, e tudo isso com os filhos fofos e bem-educados, casa arrumada e não sei mais o quê, que fica difícil você, como ser humano, se achar realmente CAPAZ! E é por isso que tantas vezes nos pegamos com a auto-estima lá no pé, questionando o nosso ser, a nossa essência; achando que nada presta e nada é como deveria ser. Enfim, sempre na cobrança de que tudo deveria ser melhor.

As coisas sempre podem ser melhor, fato, mas é importante que saibamos reconhecer que nem sempre o nosso melhor possível é igual ao “melhor ideal”. Aliás, o ideal não existe, ouso dizer. O nome já diz, está lá, no plano da idéia, assim como a perfeição.

Importante mesmo é fazermos aquilo que está ao nosso alcance. Dar o nosso melhor, mesmo que nosso melhor naquele dia seja 80% ou 50%, tanto faz...

Não importa se alguém não vai ficar satisfeito com os seus “míseros” 80%. Muitas vezes eles valem mais que os 100% de um outro alguém.

Nem sei bem porque comecei a escrever esse post.

Aqui eu só queria fazer um desabafo sobre o valor da gente.

Explico: não estou querendo avaliar quanto cada um vale, nem quais são as formas de fazê-lo. Porque isso existe. A gente sabe. Tem gente nos avaliando a todo minuto. Contabilizando quem somos pelos nossos bens, pelo nosso nome, pela nossa profissão, pelos nossos corpos, pelas nossas amizades, pelos nossos amores...

E inevitavelmente esbarramos com pessoas que acabam valorando nossas ações, atitudes e sentimentos. Eu mesma faço isso comigo e óbvio, com os outros (quem faz consigo mesma, imagina o que não faz com o pobre do outro). Mas de uns tempos pra cá andei percebendo, de uma forma escancarada, o quanto isso faz mal. Se deixar levar e acreditar no valor que te dão (ou em outras palavras, ficar se julgando a todo momento) não é nada legal! Porque muitas vezes esses julgamentos trazem culpas desnecessárias.

Ninguém nasce sabendo, oras. Disso todo mundo sabe, ou deveria saber. A cada dia nos tornamos uma pessoa melhor (ou não). Mas seria bom e bonito se pelo menos nos esforçássemos para atingir esse objetivo (ok, eu e meu mundo lilás)

Você pode até ser daquelas pessoas do tipo “maior fazedor de merdas da atualidade”, mas não precisa ter orgulho disso, né? (Do tipo: sou o que sou e ninguém vai mudar! Argh - Detesto essa frase). O que eu quero dizer é que ninguém nasceu sabendo (repito), e a cada dia temos a oportunidade de melhorar um pouquinho, até um dia, quem sabe, atingir nossos 100%. Mas enquanto esse dia não chega, não precisamos nos martirizar porque nossos 60% não foram suficientes. Se já descobrimos que dá pra melhorar, ponto pra nós! Nossos 70%, 80%, etc... estão cada vez mais perto, e assim por diante.

“Você não pode acertar em tudo o que faz, mas pode aprender com os erros.” E é aí que está o seu verdadeiro valor.

Afinal, somos todos diamantes brutos lapidados pela vida.

Progê ;)